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Mudanças nas relações interpessoais

 A era virtual trouxe inúmeros benefícios, mas alguns problemas também surgem. As pessoas começam a fugir da interação pessoal, provocando o que pode ser chamado de solidão real

Quando faltava luz, a distração das famílias era brincar junto até que a luz retornasse. Além das brincadeiras habituais, como mímica e jogos diversos, tinha a divertida brincadeira de criar sombras

As pessoas, frequentemente, faziam visitas aos amigos e parentes para ter notícias e conversar. Era comum ver pessoas sentadas na porta de casa ou grupos de amigos reunidos nas calçadas papeando

As datas de aniversário eram motivo para as famílias se reunirem. Momento em que cada família largava sua rotina e afazeres e se reunia para comemorar e matar as saudades da família inteira

A internet chegou revolucionando, e muito, as coisas. Trouxe, sem sombra de dúvidas, muitas facilidades, rapidez e avanços. Notícias que demoravam meses ou dias para chegar, via correios, passam a chegar na mesma hora

Muitos deixam de sair de casa para movimentar a conta bancária. Até para acompanhar a adaptação dos filhos na escola ou monitorar o dia a dia deles em casa tornou-se possível com o advento da era virtual

Hoje, amizades e namoros surgem virtualmente. E nem sempre esse novo tipo de relação se dá com pessoas que moram no mesmo bairro, cidade ou país. Cada vez mais vemos pessoas se relacionando a distância

Imaginando as situações onde foi criada um falso personagem ou realidade para lidar ou atrair pessoas, a aproximação colocaria em risco a descoberta de todas as mentiras e a possibilidade de ruptura da nova relação

Sugestões de imagens e legendas:

Crianças brincando na rua

Antes da era virtual chegar, as brincadeiras entre as crianças eram na rua, as refeições e viagens de carro eram recheadas de papos e músicas

Imagem de uma enciclopédia

As famílias colecionavam enciclopédias para as pesquisas escolares e quando não encontravam o assunto pesquisado, os estudantes recorriam a bibliotecas

Crianças empinando pipa

Anteriormente, piscina, praia, futebol, queimada, piques, pipa e bolinha de gude eram brincadeiras que uniam as crianças diariamente

Imagem de avós com os netos

Primos, tios, avós e sobrinhos curtiam momentos com mais frequência. Os mais velhos, podiam relembrar suas estórias e passar informações valiosas

Um aparelho de TV

Com a aquisição de novos aparelhos de televisão, que eram colocados nos quartos, houve o afastamento dos integrantes da família

Alguma imagem que represente a internet

Com a chegada da era digital, as pessoas começam a fugir da interação pessoal, seja timidez, baixa estima ou problemas com sua autoimagem

Imagem de jogos on-line

Relações onde as pessoas optam por trocar os encontros por permanecer teclando provocam a troca de jogos e diversões em grupo por disputas on-line

Uma pessoa tímida

Os riscos de constrangimento para os envolvidos são menores; os tímidos se empoderam, se fortalecem e se permitem falar de forma mais assertiva e firme

 

Não há como negar que antes da era virtual chegar, a aproximação física das pessoas era maior e as relações interpessoais mais coesas. As conversas e negociações eram cara a cara, as brincadeiras entre as crianças eram na rua, as refeições e viagens de carro eram recheadas de papos, músicas e brincadeiras até a chegada ao destino final.

As famílias colecionavam revistas e enciclopédias para as pesquisas escolares e quando não encontravam o assunto pesquisado, os estudantes recorriam a bibliotecas onde interagiam com bibliotecários e outros estudantes.

Quando faltava luz, a distração das famílias era brincar junto até que a luz retornasse. Além das brincadeiras habituais, como mímica e jogos diversos, tinha a divertida brincadeira de criar sombras e até mesmo fábulas com a sombra das luzes das velas.

As tardes e finais de semana eram recheados de interação e diversão. As crianças corriam, exercitavam-se mais e pegavam mais sol. Piscina, praia, futebol, queimada, piques, pipa e bolinha de gude eram brincadeiras que uniam as crianças diariamente.

As pessoas, frequentemente, faziam visitas aos amigos e parentes para ter notícias e conversar. Era comum ver pessoas sentadas na porta de casa ou grupos de amigos reunidos nas calçadas papeando, enquanto seus filhos brincavam por ali; todos se divertindo juntos.

As datas de aniversário eram motivo para as famílias se reunirem. Momento em que cada família largava sua rotina e afazeres e se reunia para comemorar e matar as saudades da família inteira. Primos, tios, avós e sobrinhos curtiam momentos com mais frequência. Os mais velhos, podiam relembrar suas estórias e passar informações valiosas a seus descendentes. Primos eram criados mais próximos e as famílias pareciam mais unidas com este contato mais estreito.

Com a chegada do rádio e da TV, este quadro já começou a se modificar. Inicialmente, as famílias ainda se reuniam, na sala, para ouvirem ou assistirem seus programas favoritos no único aparelho de rádio ou TV existentes na casa. Mais tarde, a aquisição de novos aparelhos que eram colocados nos quartos provocou o afastamento dos integrantes da família. Cada um isolava-se em seu quarto onde podia assistir ao programa escolhido. Hoje, não é difícil notar filhos isolados em seu quarto, assistindo na sua televisão o mesmo programa que os pais estão assistindo na sala.

Mais à frente, a internet chegou revolucionando, e muito, as coisas. Trouxe, sem sombra de dúvidas, muitas facilidades, rapidez e avanços. Notícias que demoravam meses ou dias para chegar, via correios, passam a chegar na mesma hora em quase todos os lugares. Reuniões e negócios passam a ser fechados por conferências on-line. Pessoas poupam tempo e dinheiro resolvendo assuntos importantes de sua própria residência ou empresa. Muitos deixam de sair de casa para fazer compras ou movimentar sua conta bancária. Até para acompanhar a adaptação dos filhos na escola ou monitorar o dia a dia deles em casa tornou-se possível fazer de qualquer lugar e em tempo real, com o advento da era virtual.

Hoje, amizades e namoros surgem virtualmente. E nem sempre esse novo tipo de relação se dá com pessoas que moram no mesmo bairro, cidade ou país. Cada vez mais vemos pessoas se relacionando a distância com pessoas que, às vezes, nunca poderão encontrar pessoalmente.

Alguns problemas também surgem com a chegada dessa era: as pessoas começam a fugir da interação pessoal, seja pelo motivo que for: timidez, baixa estima, problemas com sua autoimagem e começam a se esconder atrás dos aparelhos digitais como maneira única e possível de se relacionarem ou quando a conversa, as refeições e a convivência familiar e social são prejudicadas pelo uso excessivo de tablets, computadores ou celulares.

Na era virtual, pessoas são substituídas por máquinas, perdendo inclusive seus empregos e o meio de sustentarem suas famílias. As empresas lucram com isso. E, cada vez mais, tratamos e nos relacionamos com máquinas para fazer o pedido de uma refeição, pagar o ticket do estacionamento, comprar entradas para uma sessão de cinema etc.

Pessoas retraídas, que temem por algum motivo o contato físico, tendem a preferir manter relações virtuais. Relações onde crianças, jovens e adultos optam por trocar os encontros e reuniões por permanecer teclando ou falando à distância. Os jogos e diversões em grupo, dão lugar a disputas on-line com pessoas do mundo todo. 

“Relação virtual” mais comum

Nas “relações virtuais”, podemos ser quem queremos e dizer que temos ou fazemos o que desejamos. Isso faz com que algumas pessoas criem um mundo paralelo e ilusório, muitas vezes, confundido com o mundo real. Podem-se criar identidades falsas, onde os traços da personalidade, os gostos, as aptidões e até a descrição da casa ou dos familiares próximos são criados com o objetivo de atrair e agradar os demais.

Isso normalmente passa a ocorrer com pessoas que apresentam baixa estima e que, de alguma, reprovam alguns aspectos seus julgando ou temendo que sejam reprovados pelo outro, podendo resultar em experiências dolorosas de rejeição a sua pessoa. Essas pessoas, via de regra, já passaram por experiências traumáticas nesse sentido, sendo motivo de chacota entre seus colegas ou sendo excessivamente criticados/reprovados em casa por seus familiares ou por alguém que ele sinta admiração e coloque numa posição de destaque e importância em sua vida.

As vítimas em potencial das relações exclusivamente virtuais costumam ser pessoas que não aprenderam a perceber seu valor e, muitas vezes, não conseguem identificar nada de bom, belo ou positivo nelas mesmas. Por isso, elas acreditam que são o que os outros disseram dela e se reduzem a algo bem distante do que realmente são.

Podem ser pessoas diferentes das demais, digo diferente fisicamente, intelectualmente ou emocionalmente, por exemplo. O que não quer dizer que sejam superiores ou inferiores; apenas diferentes e em algum momento de suas vidas foram incapazes de perceber e fazer com que outros percebessem e valorizassem essas diferenças de forma positiva. O que enriquece as relações sociais são justamente as diferenças. Precisamos aprender a lidar com as diferenças de forma a não julgar, excluir, humilhar ou sobressaltar as diferenças. Somos e seremos superiores em relação ao outro em alguns aspectos e inferiores em relação a outros e essa conta sempre termina equilibrada no final.

Todos nós temos pontos fortes e fracos. Precisamos parar de apontar o ponto fraco do outro para nos fortalecer ou tirar qualquer tipo de vantagem ou proveito. Mas, para que isso não aconteça mais, é preciso que as pessoas se conheçam e reconheçam tal como são. Que aceitem que são dotadas de qualidades e fraquezas como todas as outras. E reconheçam boa parte desses pontos. Uma vez que conhecemos bem nós mesmos dificilmente ficamos na mão ou somos levados pelo julgamento superficial e distante que fazem da gente. Precisamos estar atentos à leitura que se faz da gente, pois ali podem conter informações úteis a nós. Podemos julgar que algo em nós precisa e pode ser modificado. Mas jamais podemos nos reduzir àquilo que o outro enxerga na gente. Com certeza, somos muito mais do que alguém pode notar em nós.

Por vezes, as pessoas enxergam em nós aspectos que elas mesmas trazem em si. Servimos como uma espécie de espelho, onde o outro projeta sua própria imagem para enxergar aspectos que necessitam de mudança ou revisão. Não aceitemos o lixo do outro como nosso!! Um caminho importante para evitar cair na solidão da era virtual é o fortalecimento da autoestima através do autoconhecimento, e se a pessoa notar que não é capaz de alcançar isso sozinho, se ela não consegue colocar no papel uma longa lista das qualidades que possui, precisa procurar ajuda profissional. Pois sem isso, ela corre o risco de se tornar refém do julgo do outro e se subjugar, se empobrecer e se submeter a situações difíceis e dolorosas desnecessariamente.

A era virtual permite que se viva ou fale quase tudo que não se consegue pessoalmente. Os riscos de constrangimento e humilhação para os envolvidos são menores. Os tímidos se empoderam, se fortalecem e se permitem falar de forma mais assertiva e firme. Teclando não se gagueja, não se pode ver o rubor na face e nem o embaraço desconcertante que algumas situações provocam. Teclando, pode-se pedir alguém em namoro sem que o pavor do não os paralise.

Mas tudo isso acaba impedindo, ainda mais, a aproximação física, já que esse mecanismo chega possibilitando o relacionamento virtual e, de alguma forma, reforça a permanência das dificuldades enfrentadas pela pessoa que não consegue manter uma relação pessoal (cara a cara).  

Imaginando as situações onde foi criada um falso personagem ou realidade para lidar ou atrair pessoas, a aproximação colocaria em risco a descoberta de todas as mentiras e a possibilidade de ruptura da nova relação.

E o que começa a ser usado para resolver uma dificuldade de criar uma aproximação física com alguém, acaba se tornando uma fonte de isolamento e solidão eternos. E a autoestima dos que usam o virtual para tentar amenizar a solidão real permanece abalada e comprometida.

No virtual, evita-se o mal-estar existente nas “relações reais” onde precisamos lidar com situações de disputa, confronto, decepções e humilhações, por exemplo. E, ao se privar desse tipo de vivência, o jovem acaba se privando de amadurecer e aprender sobre si mesmo, sobre o outro e sobre a sua relação com o outro. O fato é que a cada situação difícil e desconcertante vamos aprendendo e fortalecendo características em nós. E, sem isso, vamos nos tornando incapazes de nos relacionar de forma saudável e madura, fortalecendo cada vez mais a carapaça que nos protege do mundo hostil e distante.

E quanto mais evita-se esse contato e interação cara a cara, menos o sujeito tem a oportunidade de se conhecer, de saber seus limites e criar caminhos para lidar com situações negativas. E,sdesta forma, ele vai se julgando cada vez menos capaz de lidar de forma satisfatória com os demais e diminuindo a possibilidade de passar a fazer algum contato real.

Quanto mais se criam falsos perfis, contendo todas as características e qualidades que a “vítima da era virtual” gostaria de ter e julga que são importantes e valorosas para atrair alguém, menos oportunidade elas têm de reconhecer quais características ela, de fato, possui que farão com que as pessoas a conheçam e gostem dela. Essa permanência, apenas no mundo virtual, passa pela crença limitante e irreal de que ela nada possui para atrair ou agradar o outro.

Educação infantil

A era virtual facilitou, e muito, a vida das mamães de crianças pequenas e de suas famílias como um todo. Que família conseguimos ver fazendo uma refeição junto ou conversando tranquilamente, se trazem consigo uma criança pequena a um restaurante? Como lidariam com a impaciência das crianças da era virtual se não tivessem milhares de distrações que se tem hoje para elas?

Um pequeno trajeto no assento infantil, para muitos, torna-se um pesadelo se as crianças não possuem algum aparelho que a distraia. Lápis e papel ou brinquedinhos já não as prende a atenção por muito tempo. E, com isso, as crianças aprendem cada vez menos a esperar. Tornam-se intolerantes e cada vez mais exigem que suas necessidades sejam prontamente atendidas. Um trajeto, uma fila, uma consulta médica, a refeição de seus familiares... nada mais pode ser suportado por uma criança dessa era. E por qual motivo? Por causa dos avanços maravilhosos que ocorreram, nos trazendo produtos e tecnologia para facilitarem nosso dia a dia? Ou pelo mau uso que estamos fazendo destes produtos?

Vemos pais que se sentem culpados pela carga excessiva de trabalho e o pouco tempo oferecido a suas famílias, tentando suprir sua ausência com presentes sem fim. Vemos filhos, ocupando seu tempo ocioso e sua carência afetiva através da criação de hábitos e por vezes vícios como: vídeos, jogos, séries, grupos virtuais etc. O resultado disso tudo acaba tomando uma proporção tal que cria marcas irreversíveis nos envolvidos e prejuízos devastadores à relação familiar. Quanto mais tempo mantemos o afastamento e o isolamento dos familiares, mais difícil se torna a reconexão.

Podemos observar crianças bem pequenas superestimuladas por celulares e tablets. Recebem muito estímulo visual e motor e um excesso de informações quando ainda não possuem maturidade suficiente para tal. Não se pode negar que essa prática facilita e muito a vida das mamães, que têm muitas tarefas para executar e não têm quem cuide de suas crianças. Mas, para as crianças, isso não tem sido uma boa alternativa. Vemos crianças e jovens com a saúde comprometida por isso. Tomam pouco sol, realizam pouco exercício físico e desenvolvem problemas como obesidade, colesterol e até trombose ainda na infância. Além disso, aprendem desde cedo a se distraírem com aplicativos e vídeos ao invés do convívio com outras pessoas.

Prejuízos

O grande prejuízo das relações nessa era está no uso que fazemos dos aparelhos, que deveriam ser utilizados para unir pessoas e agilizar a transmissão da informação de pessoas que estão distantes e impossibilitadas de se encontrar naquele momento, mas que acabam sendo utilizados para outros fins. E, ao invés de unir, separam. Ao invés de recuperar relações distantes e suprir a falta das pessoas em sua ausência, causa falta de pessoas que estão fisicamente próximas, mas afetivamente isoladas.

Quem não nota atualmente mesas ocupadas por familiares que estão reunidos fisicamente para uma refeição e, ao mesmo tempo, permanecem isolados uns dos outros com sua atenção capturada por seus aparelhos celulares? Cada um deles está ocupado olhando, falando ou teclando com algum outro alguém que não está ali fisicamente presente ou interagindo com a máquina. E, enquanto isso, aquelas pessoas não interagem entre si, trocando afeto e atenção. São exemplos de casos onde os aparelhos modernos são usados de forma a empobrecer as relações ao invés de favorecê-las.

Além da solidão, presenciamos hoje casos onde crianças, jovens ou adultos se pegam viciados em vídeos, jogos e aplicativos e suas atividades diárias e compromissos acabam prejudicados pelo uso excessivo e desmedido desses produtos. Baixo rendimento escolar, prejuízo no sono, alimentação ruim, falta da prática de esportes, tudo isso como consequência do vício adquirido. Suas relações pessoais também sofrem as consequências desse vício que toma conta de todo o tempo, livre ou não, de sua vítima. 

As vítimas desse tipo de tecnologia não conseguem, sequer, entender como uma atividade despretensiosa e divertida acabou tomando aquela proporção em sua vida. E o que vemos, normalmente, é que eles acabam ocupando um lugar no que diz respeito à anestesia da dor, ao abafamento das carências e insatisfações pessoais e à distração do tempo ocioso.

Para não ter que lidar com conflitos ou situações difíceis vemos pessoas se anestesiando e se escondendo atrás de aparelhos tecnológicos. Na impossibilidade real ou imaginária de enfrentar e atravessar as situações desafiadoras vemos pessoas se distraindo de seus problemas com aparelhos eletrônicos. Digo distraindo, por que o problema ou dificuldade continua ali, do mesmo jeito, já que nada se fez ou faz para solucioná-lo. O que se faz é desviar a atenção dele e ignorar, tentando viver como se ele não estivesse ali.

Desse jeito, qual a perspectiva que se tem da resolução dessa questão ou dificuldade enfrentada pela “vítima da era virtual”? Nenhuma. É preciso encarar o mal-estar afim de descobrir sua causa e buscar sua solução. Ignorar, tamponar ou anestesiar não trarão um resultado satisfatório para nenhuma das partes.

Nos tornamos reféns das coisas. Passamos a ser controlados por elas, uma vez que criamos dependência delas. Julgamos que não somos capazes de solucionar ou superar uma dificuldade e nos escondemos atrás de coisas que não nos garantem satisfação e felicidade. Não podemos trocar as coisas pelas pessoas e continuarmos a nos sentir felizes e nutridos. As coisas devem servir para facilitar e unir pessoas. Elas não podem substitui-las.

O enfrentamento da dificuldade nas relações trará às pessoas informações valiosas acerca delas mesmas, do mundo e das pessoas as quais convivem. É nesse movimento que cada um percebe o que precisa ser modificado na relação para conseguir restabelecer o bem-estar e a tranquilidade. Por vezes, essa mudança deverá ocorrer em mim. A forma de encarar algo, de sentir, de agir ou reagir podem não estar adequadas à situação atual. A dificuldade pode sinalizar também para a necessidade de mudança em algo no outro ou em ambos. E sempre será necessário que os envolvidos desenvolvam habilidades preciosas, como um bom diálogo, boa vontade, cooperação, perdão, empatia e tolerância para ultrapassarem e vencer as dificuldades iniciais apresentadas.

 Então, se pudermos utilizar os aparelhos da era virtual para nos unir e divertir o grupo, ao invés de disfarçar e, consequentemente, manter a solidão, estaremos sendo verdadeiramente beneficiados por essa era.

 

Equipamentos eletrônicos podem funcionar como muletas

Percebemos que, muitas das vezes, os produtos eletrônicos funcionam como verdadeiras muletas sustentando relações frias e distantes; ocupando o espaço vazio deixado por uma ou mais partes daquela família e onde existe a falta, lá vemos um aparelho desses preencher. Mas o problema é que esse mecanismo se trata apenas de uma tentativa falha de tamponar a falta. Não se trata de uma saída adequada e eficaz. É apenas uma fuga do sujeito diante de sua incapacidade de lidar com a dor da solidão inicial. E quanto mais nos mantemos nessa tentativa ineficaz de preencher o vazio, mais a solidão se fará presente.

Cultura popular

A trajetória da televisão no Brasil começa quando foi inaugurada no dia 18 de setembro de 1950, inaugurada pelo empresário Assis Chateaubriand, que fundiu o primeiro canal de televisão no país, a TV Tupi, em São Paulo, e, em 20 de janeiro de 1951, entra no ar a TV Tupi Rio de Janeiro. Desde então, a televisão se desenvolveu e hoje representa um fator importante na cultura popular moderna da sociedade brasileira.

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